A Fotografia na minha vida
- Miréia Genuncio Patrocinio
- 25 de jun. de 2021
- 2 min de leitura

Oi Pessoal, para quem não me conhece eu sou a Miréia, mas conhecida como Mimi. Tenho 40 anos e sou portadora da Síndrome de Tourette desde os meus 6 anos, com o diagnóstico aos 35 anos, considerado tardio pelos históricos da Síndrome.
Bom, o que é a Síndrome de Tourette? A Tourette é caracterizada pela presença de movimentos involuntários, tiques motores (piscar os olhos, fazer caretas, balançar a cabeça, etc) e tiques vocais (trincar os dentes, fungar, fazer barulhos, etc) tendo como comorbidades o autismo, o TOC, TDAH, entre outros.
Os tiques começaram a se agravar mais em 2009, quando começou o bulling, as brincadeiras e o preconceito. Busquei ajuda médica, psicológica e terapêutica, enfim de tudo. Tomei todos os medicamentos possíveis e impossíveis da área da psiquiatria, só que cada medicamento agia em mim de forma contrária, o que seria para acalmar, me agitava ainda mais.
Em 2013, houve uma suspeita de que eu pudesse ter Transtorno de Tiques e até mesmo Síndrome de Tourette, foi quando eu comecei a tomar uma medicação – próprio para quem tem Tourette. Foi aí que tudo começou a melhorar. Em 2015, como presente de aniversário, ganhei o meu diagnóstico. Numa segunda consulta, o psiquiatra me falou o que eu tinha. Naquele dia, o meu mundo parou.
Após o meu diagnóstico, eu fiquei um ano e meio sem sair de casa. Ia muito mal ao médico e olhe lá. Não queria sair, tinha medo, receio do que iam pensar ou falar ao meu respeito. Nesse um ano e meio, comecei a pesquisar sobre o que é a Tourette, os tipos de tratamentos, locais e médicos especialistas na área, além dos direitos que todo portador da Tourette tem.
Em 2017, ajudando a minha irmã num projeto de fotografia, encontrei com uma amiga de infância, Caroline Órfão Ewbank que eu não via há anos. Ela estava noiva e ia se casar dentro de 3 meses. E adivinha só? Quem ela chamou para fotografar o casamento? Isso mesmo. Eu e minha irmã. Aquele pedido foi o divisor de águas na minha vida. Ou eu ficava na depressão e trancada em casa ou eu saia. Não estava ligando mais para o que as pessoas estavam pensando ou falando ao meu respeito. Assim que eu estava me sentindo, não estava nem aí para os outros. E fui fazer o que eu mais amo, FOTOGRAFAR, a minha terapia.
Muito obrigada, minha amiga, pelo convite.



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